quarta-feira, 20 de maio de 2009

FERIDAS - PARTE II

Marcas
Por El Nego

Feridas? Tenho algumas...
No tornozelo foi fugindo do cachorro da vizinha; vira-lata veloz aquele!
No joelho foi pulando do segundo andar; estava fugindo do pai da vizinha.
Na lombar foi fruto de um mal jeito na minha primeira vez.
Nas costas foi o mal jeito que o Paulão me deu.
No ombro foi excesso de peso.
No queixo foi falta de sorte.


Na bunda, prefiro nao comentar...

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A Dor E Os Aprendizados
Por Autor

Muito já se escreveu sobre a dor e suas causas.
E quem de nós nunca sofreu por amor?
Amor! Eita bichinho que machuca, não? Todos temos marcas desse danadinho. Feridas que muitas vezes não se fecham completamente. Ou, às vezes, a gente pensa que já fechou, que tudo foi curado, mas naquela hora da carência nos pegamos com elas latejando.
Mas, na real, o que seria do mundo sem a dor de cotovelo, sem as feridas de amor, sem todo o drama?
Ligue seu rádio agora. Ligou? Preste atenção na música que está tocando. Tenho CERTEZA que ela fala de dor de cotovelo! Não tem jeito! As feridas de amor, a dor de cotovelo, os amores mal resolvidos, tudo isso é combustível para as artes. Todo poeta é um sofredor, todo compositor tem dor de corno, todo autor já viveu (ou imaginou) um amor impossível. E ainda bem que é assim.
Imagina a sua vida sem todo o drama pregresso? Eu não consigo imaginar a minha sem isso. Todo esse drama, toda essa verborragia, toda essa dor, todas essas feridas fazem de mim o Autor que sou hoje. Se não tivesse vivido tudo isso, certamente seria uma pessoa bem diferente, talvez, até mesmo menos experiente e mais imaturo.
A dor nos ajuda a crescer. E as feridas, nossas marcas, são a prova desse crescimento; uma tatuagem do que já vivemos e de para onde estamos indo.
Viver não é fácil e ninguém nunca disse que seria. No nosso caminho há percalços e entre tombos e quedas existem muitas marcas, muitas manchas na alma. Feridas que, às vezes, cicatrizam; às vezes, não cicatrizam. Mas que nos moldam e nos direcionam.
Se as feridas são inevitáveis, que nos ensinem alguma coisa. Que sirvam para nortear nossas escolhas e guiar nossos caminhos.
E continuemos vivendo, caindo e levantando. Com ou sem feridas.
E que nossas marcas sejam um sinal de que no palco da vida fomos atores principais e não meros expectadores.

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E você, já pegou seu copo? Escolheu sua bebida?
Não? O Cardápio está ali do lado direito da tela, na enquete.
Pode escolher a sua! O texto é por nossa conta!

2 comentários:

Jean Patrick disse...

O El Negro sempre surpreendendo. Muito sugestivo o texto, d+. E o autor dispensa comentários né, as marcas o ensinaram muito bem.

Abraços

Cris Medeiros disse...

É Autor! A dor de cotovelo é a dor que todos entendem... rs

Beijocas